terça-feira, 27 de abril de 2010

COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES EM BEBÊ PREMATURO


Uma das características dos bebês prematuros reside na incapacidade que apresentam para regular de forma adequada a sua temperatura corporal, daí a necessidade das incubadoras, pois estas permitirão reproduzir as condições de temperatura e humidade oferecidas pelo útero materno. Nas suas primeiras semanas de vida as principais complicações que um prematuro pode enfrentar são:
Dificuldades Respiratórias
Os bebês prematuros carecem de uma proteína denominada surfactante, que se produz nos pulmões, permitindo os alvéolos de se encherem de ar. Esta carência dificulta a respiração (oxigenação), sendo necessário a administração de oxigênio adicional, mediante assistência mecânica, com o objetivo de manter dilatados os pulmões. Esta assistência mecânica pode-se resumir ao CPAP (sigla que traduzida do inglês significa “pressão positiva contínua nas vias respiratórias”) o qual aporta uma mistura de ar e oxigênio sob pressão, aos pulmões do bebê, através de pequenos tubos que se colocam no nariz. O CPAP ajuda o bebê a respirar, mas não respira por ele. No caso, em que os bebês não conseguem respirar sozinhos (muitas vezes eles esquecem este mecanismo!) poderá haver necessidade da ajuda de um ventilador, o qual respirará por eles, até que os pulmões amadureçam. Outro dos tratamentos consiste na administração do surfactante, para abrir os alvéolos pulmonares, promovendo a sua função de troca gasosa. Salienta-se que os bebês prematuros estão constantemente monitorizados no sentido de detectar eventuais apneias (quando deixam de respirar), sendo, por isso, uma situação rapidamente detectável.

Problemas Cardíacos
Durante a vida fetal existe um vaso, denominado ductus, que faz com que o sangue não passe pelos pulmões, uma vez que o feto recebe o oxigênio através da placenta. Normalmente, este vaso fecha pouco depois do nascimento, permitindo aí que o sangue vá aos pulmões para se oxigenar. Nos prematuros, o ductus, por vezes, não encerra de forma adequada, provocando uma insuficiência cardíaca. A persistência do ductus pode ser diagnosticada pelo aparecimento de um sopro, confirmando-se numa ecografia cardíaca. Geralmente, a administração de fármacos próprios é suficiente para a resolução do problema, podendo, em alguns casos, ser necessária uma intervenção cirúrgica

Inflamações Intestinais
A enterocolite necrotizante (denominada, também, de NEC) é um quadro inflamatório intestinal, potencialmente grave, ao que se associa uma baixa tolerância à alimentação, distensão abdominal e uma deterioração clínica geral. A radiografia abdominal, assim como, as análises clínicas são instrumentos preciosos na sua detecção. O seu tratamento consiste em submeter o bebê a uma dieta, com alimentação intravenosa e na administração de antibióticos. Por vezes é necessária a realização de uma cirurgia. Iniciou alimentação entérica no 3ºdia de vida com boa tolerância

Hemorragia Intraventricular
Habitualmente estas hemorragias surgem nos primeiros dias de vida do bebê, sendo diagnosticadas mediante a realização de uma ecografia cerebral. Na maioria dos casos trata-se de hemorragias pequenas que são reabsorvidas espontaneamente pelo organismo, sem consequências graves. As hemorragias mais graves podem provocar a dilatação dos ventrículos cerebrais, e a compressão do tecido cerebral, danificando-o. Quando se produz uma dilatação (hidrocefalia) pode ser necessário colocar um tubo, para efetuar a drenagem dos ventrículos (válvula).

Retinopatia - O bebê prematuro nasce com os vasos da retina ainda imaturos. Diferentes agentes externos, principalmente as variações de oxigenação, podem originar deficiências nestes mesmos vasos. Esta complicação é diagnosticada por um oftalmologista, observando-se uma maior incidência nos bebês nascidos com menos de 32 semanas.

PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DO IAN



São diversas as complicações que um prematuro pode enfrentar nas suas primeiras semanas de vida, o Ian teve as seguintes:

- Prematuridade extrema de 25 semanas
- Extremo baixo peso (775g)
- Displasia bronco pulmonar
- Refluxo Gastresofágico
- Hérnia inguino-escrotal esquerda


Displasia bronco pulmonar → É a lesão pulmonar causada pelo respirador artificial.
As crianças que permanecem ligadas a um respirador artificial durante muito tempo, habitualmente mais de uma semana, podem desenvolver uma displasia bronco pulmonar. Esta doença observa-se com mais frequência nas crianças prematuras.
A lesão provavelmente produz-se como consequência de os espaços aéreos sofrerem um estiramento exagerado por causa da alta pressão requerida para encher os pulmões e pela alta concentração de oxigênio fornecido. Estes fatores podem causar uma inflamação dos pulmões. Depois de várias semanas de inflamação, desenvolvem-se áreas com cicatrizes.
O tratamento consiste em retirar o respirador artificial de forma progressiva. Uma boa nutrição é essencial para curar os pulmões e favorecer o crescimento do novo tecido pulmonar saudável. A restrição do consumo de líquidos pode ser benéfica devido a que estes tendem a acumular-se nos pulmões inflamados; também pode ajudar o uso de diuréticos com o fim de aumentar a eliminação de líquido do corpo.
Em raras ocasiões, as crianças com displasia bronco pulmonar morrem inclusive depois de vários meses de tratamento. Nas que sobrevivem, os problemas respiratórios diminui gradualmente. No entanto, estas crianças correm um grande risco de contrair pneumonia, especialmente viral, durante os primeiros anos de vida.
☼ Iniciou diuréticos orais no 28º dia de vida que deverá manter após a alta.

Refluxo Gastresofágico → É o movimento retrógrado do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago. Pode existir nos lactentes, não comprometendo o seu crescimento e desenvolvimento. Os sinais são o vômito e regurgitação. Com o desenvolvimento da criança, a introdução de alimentos sólidos e a aquisição da posição de pé, o RGE tem tendência a resolver-se espontaneamente. RGE é uma situação que compromete a
evolução estato-ponderal e o aparelho respiratório da criança. O conteúdo gástrico que refluí agride as paredes do esôfago, faringe e eventualmente o aparelho respiratório, podendo provocar pieira, tosse e infecções respiratórias recorrentes. Para prevenir as consequências devem-se adotar algumas medidas comportamentais e higienodietéticas:
§ Na posição de deitado, manter elevação da cabeça e do tronco 30ºa40º, inclusive durante a higiene (mudança da fralda);
§ Após a refeição evitar a posição de sentado e semi-sentado devido ao aumento da pressão abdominal;
§ Não alimentar a criança deitada;
§ Não movimentar muito após as refeições
§ Dar refeições pastosas, pouco volumosas e mais frequentes;
§ Durante e imediatamente após a alimentação, manter o tronco elevado;
§ Esperar que “arrote” e não deitar de imediato;
☼ Foi diagnosticado RGE no 81º dia de vida, tendo iniciado leite espessado

Hérnia inguinal → É quando os pais ou o pediatra notam um abaulamento ("bolinha") na região inguinal ("virilha") da criança, ou na bolsa escrotal ("saquinho") do menino, abaulamento este que cresce aos esforços (choro, tosse, grito, espirro, evacuação,...)
A cirurgia é necessária por que:
§ Não existe a possibilidade de fechamento expontâneo deste túnel.
§ A permanência do intestino dentro deste canal causa desconforto, impede a prática de esporte nas crianças maiores, e prejudica em longo prazo o desenvolvimento do testículo.
§ Principalmente pelo risco de encarceramento e estrangulamento da hérnia!
O estrangulamento de uma hérnia é quando as alças do intestino ficam presas dentro deste túnel, e não recebem mais sangue, podendo necrosar ("apodrecer"), o que aumenta muito o risco anestésico, cirúrgico e o risco de sequelas.
O primeiro sinal de que a Hérnia encarcerou ou estrangulou é a dor intensa, contínua, seguida por vômitos, febre e a criança para de evacuar. Ao olhar para o abaulamento na "virilha", você notará que ele está maior, mais avermelhado, brilhante pelo edema (inchaço), e ao tocar nele a dor aumenta. Você também observará que o abaulamento não se reduz, não desaparece quando a criança para de chorar.
☼ Não foi diagnosticada durante a sua evolução no internamento